sexta-feira, 24 de junho de 2011

Aberta a temporada do Camarão

A pesca de camarão sempre foi a principal fonte de renda na comunidade da Barra, o que leva centenas de pais de família a buscar através dessa atividade seu meio de subsistência. Tem pescador que tem barco próprio, mas tem também aqueles que pescam no barco de outros. Quando o tempo está ruim, permanecem em terra cuidando das embarcações ou da rede, alguns ainda têm um pedaço de roça pra mandioca, feijão, coco da Bahia.
Além de todas as dificuldades encontradas no dia a dia, a maioria desses homens gosta do que faz, como confirma Rildo Chaves, morador da Barra e pescador desde os 10 anos de idade: “A pescaria faz parte da cultura do povo daqui, vai passando de pai pra filho, porque a gente vai recebendo um conhecimento sobre o mar, o vento, o céu e disso a gente não tem como fugir”.
A ação predatória nos ambientes marinhos e o aumento da quantidade de embarcações têm dificultado um pouco a vida desses homens do mar, e é fácil ouvir depoimentos que contam que antes a oferta de peixes e mariscos era muito maior que hoje em dia. “Há 30 anos era fácil tirar do mar o sustento da família, hoje a dedicação tem que ser muito maior, o camarão vem pequeno, às vezes não compensa a saída”, diz Rildo.
Exatamente para evitar a escassez do camarão nos mares nordestinos é que foi criado o defeso do camarão, que é a época quando fica proibida a sua captura. Este tempo é necessário para recuperar os estoques. Quando a temporada abre os pescadores encontram camarões grandes e podem melhorar a sua renda com a venda.
Com a abertura da temporada do camarão no dia 15 de maio, no entanto, os pescadores da Barra puderam constatar dois fatores preocupantes: o primeiro foi o tamanho do camarão encontrado, ainda muito pequeno, dificultando assim sua comercialização. O segundo foi o aumento da quantidade diária de camarão capturado, que lotou depressa os estoques dos frigoríficos, que pararam temporariamente de comprar o produto. Sem ter pra quem vender os pescadores foram obrigados a ficar no porto.
Ficam algumas perguntas: Será que o período do defeso do camarão é suficiente para melhorar sua qualidade e quantidade? Ou está na hora dos especialistas e autoridades estudarem melhor este caso e propor novos mecanismos e políticas públicas para melhorar a vida do pescador e a conservação do meio ambiente?


Fotos: Arquivo ICMBio
Texto de Edvaldo e Adriene

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